quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Leucócitos e sua importância na defesa das doenças

Os leucócitos, ou glóbulos brancos são células nucleadas produzidas na medula óssea e encontradas no sangue, esses glóbulos possuem formato esférico, tamanho e volume superiores as hemácias (que são os glóbulos vermelhos).

Função dos Leucócitos

Sua função é proteger o organismo, de maneira imunitária, contra agentes patológicos causadores de doenças, utilizando para isso a produção de anticorpos, essa ação pode ser percebida através do aumento do tamanho de gânglios, sobretudo os localizados logo abaixo da pele, que revela a existência de infecções. Os leucócitos não são como as células normais do corpo, age como um organismo vivo independente e unicelular, com capacidade de locomoção e de capturar microrganismos por conta própria.

Em uma pessoa sadia o número oscila entre 5 e 11 mil leucócitos por mililitros de sangue, já em uma situação de resposta a processos infecciosos esta quantidade pode triplicar para poder atacar com eficácia os microrganismos invasores. A secreção amarelada (mais conhecida como pus) que aparece em lesões nos tecidos, tem em sua composição uma grande massa de leucócitos juntamente a outros resíduos.
Isso só acontece porque os leucócitos deixam a circulação sanguínea em direção ao tecido conjuntivo, que acompanha os capilares, atraídos por quimiotaxia até as substâncias químicas liberadas pelos microorganismos. Esse fenômeno é conhecido como diapedese.

Classificação dos leucócitos

Os leucócitos são classificados de acordo com a granulosidade do citoplasma e a quantidade de lóbulos nucleares. Sendo assim, são divididos em dois grupos: granulócitos e agranulócitos.

Os granulócitos apresentam grânulos específicos em seu citoplasma e são classificados em três tipos, conforme a afinidade dos grânulos:neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Já os agranulóides podem ser monócitos e linfócitos.

Neutrófilos

neutrofilo















São os mais numerosos,cerca de 55 a 65% do total de leucócitos. As células mais jovens são conhecidas por “neutrófilos em bastonete”, devido ao núcleo não segmentado em forma de bastonete. Já os neutrólios mais velhos possuem o núcleo segmentado em lobos, em número que varia de dois a cinco, sendo denominados “neutrófilos segmentados”.
Os neutrófilos são móveis e fagocitários. São a primeira linha de defesa do organismo, já que são atraídos pela quimiotaxia até os microorganismos patogênicos, destruindo-os.


Eosinófilos


eosinofilo













Com núcleo bilobado e com o citoplasma preenchido por muitos grânulos róseos. Móveis e fagocitários, atuam nos organismos envolvidos por reações alérgicas. Os eosinófilos liberam a hidrocortizona, um hormônio que diminui essas reações alérgicas e a quantidade de eosinófilos no sangue.


Basófilos


basofilo
















Normalmente em pequeno número, cerca de 0,5% do total de leucócitos, possuem um núcleo irregular em forma de “S”. Os basófilos são móveis e fagocitários, possuem uma função desconhecida, que acredita-se ser a liberação da heparina no sangue, uma espécie de anticoagulante. Isso supostamente estaria ligado a processos alérgicos e inflamatórios.

Linfócitos

linfocito














Possuem um núcleo regular e que ocupa quase todo o volume da célula. Ativamente móveis, circulam sempre através do sangue, pelos linfonodos, baço e tecido conjuntivo. Sua função é garantir imunidade aos organismos.
Os linfócitos são classificados em “T” e “B”. Os linfócitos T possuem um ciclo de vida maior, podendo chegar a anos, formando-se na medula óssea e migrando posteriormente até o timo . Os linfócitos B vivem menos, algumas semanas, e também são formados na medula óssea e, quando estimulados, migram para o tecido conjuntivo, convertendo-se em plasmócitos, produtores de anticorpos.
Os linfócitos são responsáveis pelas respostas de base celulares, relacionadas à rejeição de enxertos. Alguns linfócitos, em contato com um antígeno, passam a fazer parte das células de memória imunológica.

Monócitos


monocito


Células grandes com núcleo na forma de rim ou ferradura. Ativamente móveis, os monócitos saem da circulação sanguínea para chegar ao tecido conjuntivo, tornando-se macrófagos. São ativos na fagocitose de microorganismos patogênicos.

Observe o vídeo a seguir como os Leucócitos atuam no organismo.


Fagocitose

A Fagocitose nada mais é do que a digestão de uma partícula extracelular considerado como um agente estranho para a célula. A Fagocitose pode ser de origem Fisiológica (fazendo parte de um processo normal do corpo humano, como por exemplo nas inflamações) ou de origem Patológica (quando se está ligada a alguma doença) e para que esse processo ocorra, envolve várias etapas.
1ª Etapa - A célula produz expansões da membrana plasmática (pseudópodes) que envolvem as partículas e as englobam. Primeiramente, a partícula fica em uma bolsa que recebe o nome de fagossomo
2ª Etapa - Depois esta bolsa se une ao lisossomo, (que contém as enzimas digestivas), para que a digestão aconteça e os materiais úteis sejam aproveitados pela célula. Essa segunda bolsa recebe o nome de vacúolo digestivo e o processo todo é chamado de digestão intracelular heterofágica.
3ª Etapa - Quando o processo de digestão intracelular ocorre sem que o material digerido venha de fora por meio da fagocitose, isto é, quando ela digere material da própria célula (como organelas velhas em processo de degeneração) fala-se em digestão intracelular autofágica e os vacúolos são chamados de vacúolos autofágicos












A digestão intracelular autofágica é relacionada a um importante mecanismo das células eucarióticas chamado de apoptose, também chamada de suicídio celular. Este processo nada mais é do que a morte programada de uma célula que ocorre normalmente, pois ao longo do desenvolvimento muitas células morrem como parte normal do processo. A morte programada é essencial para o desenvolvimento e funcionamento de vários tecidos.
Quando as células que já não têm utilidade perdem a capacidade de se autodestruir, elas perdem a função e formam massas de células como os tumores. 
Em ambos os casos, o material não digerido permanece no interior da bolsa membranosa, que passa a se chamar vacúolo residual, podendo ser depois eliminado da célula. As amebas e protozoários, por exemplo, utilizam-se do processo de fagocitose para capturar partículas alimentares que, uma vez dentro da célula, são digeridas nesse processo. Em nosso organismo, alguns glóbulos brancos utilizam a fagocitose para englobar microorganismos invasores, como bactérias, inativando-as.

Vejamos o vídeo que contempla esse processo.