quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Apresentando: Hans Christian Joachim Gram

Vocês sabem quem é Hans Christian Joachim Gram?

Ele foi o cara para a Microscopia Ótica...

Ele nasceu em 1853 na Dinamarca, ou seja para ele era uma cara à frente do seu tempo, por volta de 1884, Hans Gram observou que as bactérias, após serem tratadas e analisadas com diferentes corantes, adquiriam cores diferenciadas.  Assim, as que ficavam roxas foram classificadas de Gram-positivas, e as que ficavam vermelhas, foram chamadas de Gram-negativas. A técnica de Gram  é crucial para a taxonomia e identificação das bactérias, sendo muito utilizada atualmente, como técnica de rotina em laboratórios.

A Parede Celular das Bactérias e a Técnica de Gram

As bactérias são classificadas em Gram Positivas e Gram Negativas, mas por qual motivo elas são classificadas desse modo?
Simples, por conta da Parede Celular Bacteriana... Pra ficar mais fácil de assimilar vamos ilustrar.



Características da Parede Celular Bacteriana

Gram Negativa 
A parede da célula Gram-negativa é constituída por estruturas de múltiplas camadas bastante complexas, que não retêm o corante quando submetidas a solventes nos quais o corante é solúvel, sendo descoloradas e, quando acrescentado outro corante, adquirem a nova coloração. Nas bactérias Gram-negativas, a perede celular está composta por uma camada de peptidioglicano e três outros componentes que a envolvem externamente; lipoproteína, membrana externa e lipopolissacarídeo.

Gram Positivas
Já a parede da célula Gram-positiva consiste de única camada que retém o corante aplicado, não adquirindo a coloração do segundo corante. Como componente da parede celular das células Gram-positivas está o peptidioglicano, ligado de modo covalente ao ácido lipoteicoico. Este é composto por polímeros de fosfoglicerol com glicolipídeo no final, sendo potente modificador da resposta biológica.

Bactérias gram-positivas e gram-negativas. Fotos: Y_tambe / Wikimedia Commons ([1][2]) [CC-BY-SA 3.0]


Técnica Coloração de Gram




A coloração de Gram é um método de coloração de bactérias desenvolvido pelo médico dinamarquês Hans Christian Joachim Gram (1853 - 1838), em 1884, e que consiste no tratamento sucessivo de um esfregaço bacteriano, fixado pelo calor, com os reagentes cristal violeta, lugol, etanol-acetona e fucsina básica. Essa técnica permite a separação de amostras bacterianas em Gram-positivas e Gram-negativas e a determinação da morfologia e do tamanho das amostras analisadas.
O método da coloração de Gram é baseado na capacidade das paredes celulares de bactérias Gram-positivas de reterem o corante cristal violeta no citoplasma durante um tratamento com etanol-acetona enquanto que as paredes celulares de bactérias Gram-negativas não o fazem.
A coloração de Gram é um dos mais importantes métodos de coloração utilizados em laboratórios de microbiologia e de análises clínicas, sendo quase sempre o primeiro passo para a caracterização de amostras de bactérias. A técnica tem importância clínica uma vez que muitas das bactérias associadas a infecções são prontamente observadas e caracterizadas como Gram-positivas ou Gram-negativas em esfregaços de pus ou de fluidos orgânicos. Essa informação permite ao clínico monitorar a infecção até que dados de cultura estejam disponíveis. É possível a análise de vários esfregaços por lâmina, o que facilita a comparação de espécimes clínicos. As lâminas podem ser montadas de forma permanente e preservadas como documentação.
           Quando examinadas ao microscópio ótico, usando objetiva de imersão, as bactérias gram-negativas aparecem coradas de vermelho e as gram-positivas de roxo (violeta azulado).

Soluções em ordem de aplicação
Gram positivas
Gram negativas
1- Cristal violeta - CV
Células coradas em violeta
Células coradas em violeta
 2- Solução de iodo (lugol) - I
Formação do complexo CV-I no interior das células, que permanecem violetas
Formação do complexo CV-I no interior das células, que permanecem violetas
3- Álcool
Desidratação das paredes celulares, diminuição da porosidade e da permeabilidade: o complexo CV-I não pode sair das células que permanecem violetas.
Extração dos lipídios da parede celular, aumentando a porosidade: O complexo CV-I é removido das células
4- Safranina
As células não são afetadas, permanecendo violetas.
As células tomam o corante, tornando-se vermelhas.

 Fonte: http://www.icb.ufmg.br/mic/index.php?secao=material&material=19


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